Por- Mariângela de Lourdes Coutinho Souza Silva
dmariangela09@yahoo.com.br
Imagem- Tiago Cunha
Talvez o mergulho em si mesmo seja aquela saudade de tudo aquilo que perdeu de si mesmo no caminho de seu viver!
Imaginar por onde anda você por inteiro, sentir que muitas partes de si mesmo foram pouco a pouco repartidas, arrancadas de você e espalhadas pelo caminho que tantas vezes imaginou ser o melhor...
Talvez o mergulho em si mesmo seja a mais triste realidade a carregar: - você nunca poderá ser você mesmo, haverá sempre a necessidade de se despedaçar, perdendo sua essência, escorrendo-se pela diluição de um ser que inteiro, aos poucos vai se dilacerando...
Ah, viver no final são retalhos de nós mesmos, e fortes como somos, acreditamos ser dessa maneira a verdadeira existência : e continuamos nosso trajeto, buscando , perdendo-se, esmiuçando-se e desconhecendo-se.
E o que é que devemos calcular? O que devemos pensar de nós? - Ah, devemos ser doces, nobres em sentimentos, desculpando-se, aliviando-se do tudo o que te perturbou e o fez sofre profundamente...
Mergulhar em si mesmo é a pura impunidade de olhar para si percebendo-se metade e ter que sentir-se inteiro mesmo assim!
Assim seguem os dias, as horas, os meses, os anos... e um dia você percebe que essa imersão é apenas o reconhecer que para viver é necessário muita fortaleza, muita fé, pois nunca seremos perfeitos e essa carcaça poderosa que a sociedade nos impõe carregá-la, pesa, arde, inclina-nos a uma falsa modéstia que nada mais é a realidade nua e crua: todos somos metade, porque não nos deixam existir por inteiro!
Quem sabe seja esse o mistério que nos faz melhores por acreditarmos tanto em nós mesmos a ponto de esquecermos o que ficou para trás e vislumbramos o caminho do agora no firmamento do futuro?
Quem sabe é esse o mergulho interior mais profundo e mais sublime de todo ser humano?
Boa noite de segunda-feira, caros leitores!
Mariângela
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