quarta-feira, 3 de outubro de 2012

QUARTA HISTÓRIA INFANTIL



A  CASA  BEM  ASSOMBRADA


Por- Mariângela de Lourdes Coutinho Souza Silva




Era um dia de muito vento! Mês de agosto, onde os ventos sempre chegam com toda sua força!
Na Fazenda dos Chagas todos os meninos estavam dentro do grande casarão, pois o vento era tão forte que ninguém desejava sentir na pele aquele frio que a aragem buscara...
Vovó Inês, percebendo que todos seus netos estavam insatisfeitos com tal situação, chamou a todos  e os reuniu em um quarto, próximo a  sala. Esse quarto era pouco visitado, pois todos diziam que era um quarto mal assombrado porque uma doméstica que conviveu com todos anos a fio - a Sra. Castorina havia morrido, e todos diziam que o quarto havia ficado mal assombrado!

Só sei contar a vocês que era um medão terrível. Mas vovó Inês sabia muito bem que isso era história inventada por gente grande para fazer medo nos pequeninos.

Quando vovó Inês chamou a todos para o tal quarto assombrado, todos ficaram amedrontados! Aliás, muito atemorizados mesmo... Mas, como tinham o costume de respeitar os mais velhos e também admiravam e amavam muito sua avó, todos foram até o inabitável quarto de Castorina.
Vovó Inês esperava a todos com um sorriso nos lábios. Reparou desde o início o receio  que tinham pelo quarto e já foi logo dizendo: - crianças, não tenham medo de Castorina... Ela foi tão caridosa para tantos de nossa família... Além do mais, se ela tivesse o poder de aparecer para alguém não faria nada de ruim pra ninguém, pois seu coração sempre foi bondoso...

Todos disseram : - confiamos na senhora, vovó, mas por que nos chamou aqui?
- Porque tenho uma surpresa para vocês: provarei que esse quarto não é mal assombrado! Por favor, cada um coloque sua venda nos olhos, pois precisarão ficar de olhos fechados por um tempo. Pode ser, crianças?
Cada um olhou para o outro se questionando sobre o porquê daquela exigência da vovó, contudo, fizeram o que ela solicitou.

Ficaram uns 20 minutos com os olhos  vendados . Ao ouvirem o pedido da vovó Inês para que retirassem as vendas dos olhos, tiveram uma grande surpresa! Vovó Inês havia feito vários bonecos, bichos  ( tudo em sombra, com papel preto ), uma vareta na base das figuras .


 Escureceu o quarto, fechando-o bem e deixou somente uma lâmpada  num lugar apropriado a fim de que formassem  sombras e aparecessem na parede enquanto se balançavam as gravuras. Foi uma verdadeira festa!
Cada criança quis escolher sua gravura para começarem um teatro improvisado e feliz! Que momento inesquecível! Ninguém ficara com medo do quarto da Castorina mais: Qual nada! Brincaram até o final do dia, sem vento frio, e ainda por cima com direito a biscoitos fritos que Vovó Inês fez para eles e um café com leite delicioso!

Foi até necessário que Vovó Inês os pedisse para irem tomar banho e dormirem. Mas todos atenderam ao pedido da vovó e foram dormir felizes, confiantes e cheios de ansiedade que outro dia chegasse para que continuassem a brincar no quarto da Castorina!

No outro dia, lá foram todas as crianças brincar no quarto da Castorina! Fizeram até uma plaquinha: QUARTO BEM ASSOMBRADO DA CASTORINA.
Vovó Inês ficou muito feliz por conseguir ensinar aos seus netos o respeito aos idosos, aos que já partiram para o céu e a certeza de que todo ambiente é bom quando praticamos a paz, o respeito e harmonia interior, refletindo em todos os que convivem conosco como uma luz repleta de esperanças.

Bem, agora pequenos leitores, já sabem que o mal assombrado pode ser bem assombrado!


FIM






TERCEIRA HISTÓRIA INFANTIL


Por- Mariângela de Lourdes Coutinho Souza Silva

dmariangela09@yahoo.com.br

  

Hoje a história apresentada foi feita pela aluna da Escola Municipal “Meridional”, Késsia Cristina da Cunha Silva, (10 anos),  do 5º ano Espatódea.
 

Késsia perdeu sua vozinha o que lhe causou grande tristeza.

Em nossos atendimentos, fomos trabalhando a morte, encarando-a como algo natural, que todos nós vivenciaremos um dia.

Foi lido o livro “PINGO DE LUZ” para esclarecer melhor a aluna que a morte é apenas o fim de uma vida e começo de outra!

Foram duas semanas muito proveitosas, com as quais a aluna pode compreender melhor que a morte é “mudança de vestimenta”.
Foi oferecido um vaso de flor a aluna, representando sua vó. Késsia agora cuida da flor com carinho, e já a batizou de Vó Bela
 

Todos os atendimentos resultaram nessa linda história infantil e a autora foi nossa querida aluna, que conseguiu superar a morte da avó ( que antes era uma profunda tristeza )  através do reconhecimento que a morte é apenas uma continuação.

Após a história, fotos, trabalhos da aluna que se adiantaram até chegarem  a essa  linda história!

Késsia recebendo a flor
 

  

VÓ BELA
Desenho feito pela aluna Késsia, observando uma foto de sua avó
 

Por- Késsia Cristina da Cunha Silva

Aluna da Escola Municipal “Meridional”

 

Oi, crianças!

 

Estava brincando com minha vozinha chamada vó Bela, quando vi uma menininha bem bonitinha chamada Chapeuzinho Vermelho.
 

Chapeuzinho Vermelho disse: - Ei, pessoas ! De que vocês estão brincando?

E logo   eu vó Bela respondemos: - Nós estamos brincando de investigação! -Chapeuzinho Vermelho, você quer brincar com a gente?

- É claro, disse Chapeuzinho Vermelho!

- Então vamos as investigações!

De repente, apareceu um lobo muito bonzinho e disse:
 

- Mas será que eu posso brincar com vocês também?

Vovozinha falou: - Claro!

Mas acontece que ele queria mesmo era investigar a casa dos três porquinhos e nós não sabíamos que o lobo não gostava nem um pouquinho deles!
 

Fomos ( inocentemente) , sem saber dos planos do lobo,até a casa dos três porquinhos  e o lobo bateu na porta : TOC, TOC TOC!

Os porquinhos atenderam  e o lobo foi correndo para entrar na casa deles e foi logo falando:

- Ah, vocês vão  se ver comigo! Ficam comendo minha casa de chocolate que está sempre desabada por causa de vocês! Agora até tenho que morar no galinheiro, ou em um chiqueiro! Até já me expulsaram de lá – e agora tenho que morar no mato! Tudo por causa de vocês três!
 

Vó Bela foi logo dizendo: - Calma , gente! Quero dizer: - calma bichos, tudo pode ser resolvido de outra forma! Não vamos tornar essa história em mais uma história cheia de maldades! Vamos resolver tudo com harmonia?
 

E os três porquinhos, o Lobo bom chegaram a um entendimento: Os porquinhos construíram uma outra casa de chocolate para o lobo bom que ficou muito mais feliz!
 

E como em todas as histórias  infantis...


 

FIM

Textos que késsia  escreveu sobre sua avó:

1º TEXTO:

                                                                       Vó Bela

Vó Bela : Uma mulher guerreira, que lutava para sobreviver, mas uma pessoa é igual a uma flor: nasce, cresce e morre. Esta pessoa  que é a minha avó querida! Vozinha que lutou para sobreviver  mas não aguentou a luta e perdeu.
Mas ela não deixou de morar em meu coração, por isso estou fazendo essa carta para ela.
Sei que ela está em boas mãos  que o Rei dos reis  é seu Pai, seu Mestre que é o Senhor Jesus!
Senhor, cubra minha vozinha com teu manto de amor  e quando chegar a hora, faça-nos encontrar!

2º TEXTO:

Vó Bela,
Sei que a senhora está no céu e sei que Deus  também é fiel.
Sei que hoje você está coberta com raios brilhantes , igual pedsras de diamantes...
Quando olho para uma flor, lembro-me de você, vozinha!
Vó Bela, escrevi seu nome  no meu coração e nunca a esquecerei!
E agora, vó Bela, vou agradecer a Deus por eu ter conhecido você!

3º  TEXTO:

OUTRA VIDA!

Quando não conhecia o livro  Pingo de Luz, eu pensava que minha avó tinha  morrido, mas não: ela está começando uma nova vida, uma vida de alegria, amor, carinho e bondade: ou seja: nasceu de novo!
Sei que irei vê-la novamente mas ela estará diferente: porque quando você vai para o ceu, você fica mais bonita,  elegante e mais chique! E lá também ninguém tem defeito!
Mas agora estou muito feliz porque minha avó nasceu novamente  e está parecendo uma flor, de tão bonita que deve estar!
Ganhei uma flor de um anjinho que se chama Mariângela.
A minha florzinha é a mais bonita! Eu já até dei um nome a ela: Vó Bela!
Todos os dias, no meu quarto, converso com minha vozinha, olhando para o vaso de flor: parece até estranho, mas é verdade: dou um beijo nela, falo alguma coisa com ela: - "Eu te amo, minha florzinha!"
Beijos,
Késsia



... No momento da perda de um ente querido há sempre que estendermos as mãos para esclarecermos  a pessoa  tristonha, fazendo-a enxergar a passagem de uma maneira mais amena.
Foi isso que proporcionei a Késsia: a certeza de que mudamos de roupa e de morada quando o Pai nos chama!
Paz e luz a todos,
Mariângela