quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

SENTA AQUI


Por- Mariângela de Lourdes Coutinho Souza Silva 
dmariangela09@yahoo.com.br
Imagem - Mariângela

Senta aqui, conte-me  o que está acontecendo em seu viver.
O que passa em sua mente, em seu coração?
Como vê a vida?
Há alguma maneira que possa ajudá-lo (a)? 
Na verdade, existem muitos bancos vazios - talvez porque  faltam pessoas para trocarem experiências, para sentirem que são amadas e admiradas, para perceberem o quanto gente precisa de gente!
O contato humano está cada dia que passa mais temido e afastado das pessoas.
A maioria se comunica por celular, e principalmente os jovens quando estão perto uns dos outros tem dificuldades para se expressarem ...
Por que a conversa agradável tão necessária a todos está em falta?Essa transgressão da comunicação humana faz com que todos se sintam tão sós e distantes um do outro.
Lembro-me de minha infância, quando à tardinha, todos os vizinhos mais próximos se reuniam para baterem papo, enquanto nós crianças brincávamos a valer aos olhos de nossas mães zelosas.
Hoje não existe mais essa confraternização de vizinhos, os pedidos de uma xícara de açúcar, ovos, pó de café, (quando faltava em algum lar), o bolo caseiro que era levado para outra amiga vizinha, os desabafos, as ajudas, as conversas inspiradoras que abraçavam sem o braços, enfim, a ternura de troca de palavra uns com os outros.
É uma pena que o aconchego das palavras se perderam nesse tempo tecnológico, onde não há o olho no olho, o toque, os arrepios do quase encostar pele com pele, a maciez de cabelos, os beijos molhados, o sutil aroma de cada um sentido de pertinho...
Aos poucos viramos robôs - e porque assim permitimos!
E os bancos vão ficando assim: vazios - como o coração de cada pessoa que se entregou ao contato frio da tecnologia...
Até quando? Ou para sempre?

Feliz quinta-feira, leitores!

Mariângela