quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

INSPIRAÇÃO

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Por- Mariângela de Lourdes Coutinho Souza Silva
dmariangela09@yahoo.com.br
Imagem- Mariângela



Por que me abandona , outras vezes lateja tanto em mim?
Por que sinto-a tão perto de mim se a distância é a légua exata da saudade?
Por que tantas vezes, calada, falo mais quando está perto de mim?
Ah... inspiração que é a estrada mais presente em mim...


Por que insiste em maltratar-me quando desejo expor o que sinto
E nenhum verso sai no teclado que insiste em olhar pra mim?
Ah...  como o coração diz no momento ausente...
Como seu compasso é incerto e insiste em dizer...

Por que sentir tanto a vontade de escrever
Quando a mente está vazia e o coração tão repleto?
Ah... talvez pelo fato de não poder demonstrar em fala
O silêncio que grita por dizer...

Por que inspiração, teima a me perseguir
Mandando em mim como ninguém nunca o fez
Revirando meu ser do lado avesso?
Ah... talvez seja eu, a única culpada:

A sentir prazer em  recebê-la:
Em qualquer tempo, a qualquer hora
Pra cumprir em mim a eternidade
De sempre sempre estar presente:
Mesmo na falta tão incoerente!

Inspiração, inspiração...
Não brinque comigo, tenho seriedade e pressa
De viver vários momentos, mas só um, há de se exaltar:
O amor sincero que tende a nunca findar...

Pois na vida, enquanto sentir bater
Esse meu coração tão fiel ao amor,
Jamais desistirei de escrever
E sobrevoar meus céus, seu céu e esse luar:

Que brilha, as vezes desigual:
Mas que tem a lua como a mais perfeita poesia:
A de escrever, com a mente nas nuvens
E o pensamento em você!

Boa noite, leitores!


Mariângela

PALAVRAS...


Por- Mariângela de Lourdes Coutinho Souza Silva
dmariangela09@yahoo.com.br
Imagem- Mariângela



Sinta as palavras... Mas percebendo-as do fundo do seu ser: faça isso com todos aqueles que ouvir, pelo menos por um dia... Mas deve ser cauteloso, procurando escutá-las no silêncio que reluz do interior de cada um!
As palavras aglomeram sentimentos, apaixonam-se, enraízam-se, iram-se, determinam a posição real do que se deseja...
Se conseguir, assim,  fazer nascer em si o sol das descobertas das palavras alheias, aí sim será um grande escritor:
Um escritor que colocará no papel o olhar das palavras, entendendo e passando para que muitos entendam também o coração de cada um: pois não há nessa vida ninguém que possa viver sem a leitura das palavras quando as coloca no papel!
Engana-se quem no delírio de seus sonhos líquidos, queira escrever somente para ganhar dinheiro: ah, os escritores escrevem com alma limpa, sem a ânsia de posses, posto que seu sentimento primordial está em sua eternidade!
Sim, todo escritor é eterno... porque perpetua-se quando se deixa solto na própria alma, mesclada com a alma de alguém, nem que seja um alguém transparente,  um guia amigo que o oriente - ainda melhor quando assim se faz!
Esse vínculo em "escutar os olhos das palavras" gera um desprendimento tão natural e lógico, que cada vez mais que escreve, mais se torna alguém poderoso como a lua no céu a iluminar a terra...
Esse é o universo dos escritores: enxergar as palavras num ambiente soberano: a brandura de seus sentimentos, esse diamante que é lapidado diariamente por esse ser que exprime tão bem, as vezes com tão poucas palavras, mas que preenche completamente os olhos e a alma de que o lê!
Ah... as palavras são desejos que nos irradiam no calor de cada ânsia exposta no calor da doçura de ser singular, tão ávido e com segmentos de saudade...
Ser escritor é ser palavras: mesmo sem tê-las vistas no papel, escutou-as num olhar, em lágrimas, em toques, em preces silenciosas e frias...
Sinta as palavras... mas de um jeito manso, sem febre, sem pressa - pois devem ser diluídas por você bem lentamente... a cada dia, percebidas com a exatidão da experiência que não nasceu repentinamente, mas através de muitas tentativas...
Ah... palavras que não ditas... São as melhores, mais cheias de vida, as que nasceram de um olhar relâmpago, breve, mas eterno!
Só é testemunha desse misterioso sentir visto na escuridão de sua claridade, quem arrebenta-se por perceber que há brilho sim, nas palavras que se enxergam-se no olhar...
Cai assim uma tatuagem nas pupilas da eternidade: e ninguém poderá fazer desaparecer a gloriosa fonte de água do divisar das palavras...
Seja um escritor por um dia! Mas duvido com todas minhas forças que nunca mais deixará de ser  esse escritor que olha as palavras sem jamais dizer...


Feliz tarde de quinta-feira, leitores

Mariângela